6.11.10
Nada como o tempo...
A banda pernambucana Mombojó, uma das mais queridas e atuantes da cena independente, precisou de “Amigo do Tempo” (2010) para colocar a cabeça no lugar e voltar a empunhar caneta, papel, guitarras, efeitos e continuar trilhando sua original estrada musical. A morte repentina do flautista Rafael Torres, em 2006, e a saída do violonista Marcelo Campelo, dois anos depois, explica o silêncio necessário desde o lançamento de “Homem Espuma”, em 2006, pela gravadora Trama.
O provérbio “a necessidade aguça o talento” explica a maturidade exposta em todas as 11 faixas de “Amigo do Tempo”, disco que foi decantado vagarosamente a partir de ensaios e pré-gravações num sítio em Aldeia, nos arredores de Recife.As experiências sonoras foram tão ricas que os integrantes decidiram se jogar de forma independente na produção do disco com a ajuda de Pupilo, baterista do Nação Zumbi, em cinco faixas e mais alguns técnicos em estúdio.
Com dois integrantes a menos, a sonoridade do Mombojó, naturalmente, passou por algumas modificações. As constantes mudanças de ritmo e direções deram espaço a canções mais fluidas em uma roupagem pop, facilmente assobiáveis numa roda de violão. A melancolia, o futuro sempre incerto e a esperança são temas recorrentes, como na faixa de abertura “Entre a União e a Saudade”. Há ainda pérolas colocadas entre as melhores de toda sua trajetória, como “Casa Caiada” e “Passarinho Colorido”. Fechando o disco, a solar “Papapa”, que originou um clipe multicolorido com referências a séries e desenhos japoneses.
Na próxima sexta-feira, dia 12, o Mombojó se apresenta no “Fundição de Todas as Tribos”, ao lado de Fino Coletivo, Móveis Coloniais de Acaju, Orquestra Voadora e das festas Verde Amarelo, do DJ Janot, e a nossa Pitada, sempre conectada aos representantes da nova música brasileira. O festival acontece na Fundição Progresso, no coração da Lapa.
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