9.10.10

Lulilândia.



Sustentabilidade foi o tema que passeou pelo noticiário brasileiro nos últimos meses, encampado com muito rigor e solidez no discurso da até então candidata à presidência e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. De hoje até a próxima terça-feira, o mundo sustentável e a música são os pilares do Festival SWU (Starts With You), em Itu, São Paulo.
Porém, aqui, me atenho à música – claro! – e a outro “s”: o do singelo ou, simplesmente, da Lulilândia. Este é o universo de inocência e expressão artística da pernambucana Lulina. Poetisa, redatora publicitária, desenhista, escritora e musicista autodidata, Lulina – ou Luciana Lins para os íntimos – moldou sua forma, suas palavras e seu olhar para o mundo caminhando pelas íngremes e tortuosas ladeiras de Olinda da sua infância. Anos depois, a mudança para São Paulo expôs ainda mais seu universo particular, pueril e fantasioso através da maneira simples de tocar violão e compor canções. 
Em 2009, lançou “Cristalina”, compilação das melhores músicas registradas em oito discos gravados de forma caseira com a ajuda de um notebook, um microfone e distribuídos de mão em mão ou disponibilzados para download. “Cristalina” espelha seu olhar delicado entre criações de minhoca, príncipes ou, simplesmente, poesia. 
A antiga mania do número 13 ficou de fora do seu primeiro trabalho produzido em estúdio. “Bichinho do Sono”, “Margarida” e “Argumentos” fazem parte de uma coletânea de 18 músicas que marcaram sua trajetória de menina a mulher. Lulina navega com doçura e leveza entre folk, o slow rock e sons de caixinhas de música em canções como “Subtexto”, “Narcolepsia” e “Balada Paulista”, que Lulina já confessou em algumas entrevistas que gostaria de ver gravada pelo Ultraje a Rigor.
 Se o discurso da sutentabilidade é produzir, consumir e viver com responsabilidade ambiental, cultural e social, Lulina inocentemente serve de exemplo para mostrar que boa música é possível com muito pouco, basta a essência.

Nenhum comentário: