Para ouvir e se lambuzar.

O nome Amy Winehouse te diz alguma coisa? Por acaso, lembra alguém com uma voz poderosa, cabelo tubinho ganhando os céus e escâdanlos na imprensa envolvendo drogas e bebedeiras? Ok, essa foi fácil. Mas e o DJ, músico e atual midas da indústria fonográfica mundial, Mark Ronson, você já tinha ouvido falar? Sabia que ele é o cara por trás dos estourados discos “Allright, still” de Lily Allen e “Back to black” da própria Amy – e que a duras penas produz o novo disco da cantora – além de ser responsável pelos novos trabalhos do camaleão Boy George e o pop de boutique Duran Duran? Talvez você tenha ouvido falar.
Agora, e o The Haggis Horns, você conhece? Não?! Confesso que até alguns meses atrás, eu também não. Mas desde que ouvi os primeiros petardos sonoros do recém-lançado “Keep On Movin’” (2010) me lembrei da célebre frase das Organizações Tabajaras: “seus problemas acabaram!”. Ao menos, os meus. A deliciosa mistura de acid jazz, hip hop, old funk, soul e afrobeat faz qualquer pista ferver espantando a tristeza pra lá das Highlands, região fria e árida do extremo norte da Escócia, país de origem do Horns. Aliás, o nome da banda faz alusão a um típico prato escocês feito com as vísceras do carneiro, uma espécie de buchada de bode da terra de Merlin e o Rei Arthur.
Voltando à vaca fria, ou melhor, ao carneiro… “Way of The Haggis” dá as boas-vindas do disco num afrobeat recheado de guitarras jazzísticas, estilo que forjou a formação da maioria dos integrantes da banda. As influências sonoras se sucedem em “Pass It On”, que caberia facilmente num disco de Aretha Franklin, “On the Edge” um R&B adocicado e na veia blaxpoitation de “Keep on Dancing”. Pra finalizar, “Keep On Movin’” – que dá nome ao disco – é o resumo da essência da velha – e sempre quente! – black music, revestida de estilo cool e modernidade estética. Vale conferir também “Hot Damn!” (2006), primeiro disco do Horns.
Talvez agora a pergunta seja sua: “mas por que então citar Amy e Mark Ronson?”. É que os músicos do Horns são a cozinha, os quartos e a sala de jantar dos shows e algumas produções de Ronson, como no ótimo “Versions”(2007) seu último trabalho solo. É aqui também que a liga com Amy Winehouse acontece. A radiofônica “Valerie” – na voz dela – é uma das faixas do disco de Ronson que conta com a suingueira do Horns, como você pode conferir neste vídeo.