30.4.11

Seu Dorival Caymmi é um carioca da gema.


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Ele é baiano (da clara) porque é um carioca da gema e da alma. Seu Dorival Caymmi chegou ao Rio de Janeiro na flor da juventude, nos seus 20 anos, e no Rio viveu por mais de setenta. O pai dos também músicos (cantores e compositores que não negam a raça) Nana, Dori e Danilo, Dorival Caymmi nasceu em Salvador (BA), em 1914, no dia 30 de um mês de abril.

De lá trouxe o mar, o eterno mar baiano que tanto banhou sua criação, os joões valentões, as rosinhas de chica, josés, pedros, marinas, mães menininhas, doras, zecas e a parentalha toda. Depois de pegar no Nordeste o Ita que seguia do Norte, para no Rio de Janeiro morar. Tranqüilidade seria uma palavra perfeita para descrever esse grande contador da vida dos pescadores, muitas vezes trágicas, mas contada por ele de forma suave, pura, simples. Ele se instalou entre as ondas do rádio e as amizades tão importantes para a sua vida e obra, como Ary Barroso, Antonio Maria, Mário Lago, Custódio Mesquita, Braguinha, Millôr Fernandes, Lúcio Rangel e tantos outros. Baiano de boa prosa, era bom de fazer amigos; e de fazer canções também.

A primeira obra nasceu quando ele tinha 16 anos, e chamava-se “No sertão”. Caymmi compôs pouco, honrando a inexplicável fama de preguiçoso, mas tudo o que fez está muito acima da média. Foi capaz de nos mostrar toda a doçura de viver/morrer no mar, doçura de viver, doçura. E ele seguiu tranqüilo, com pouco mais de 100 canções em 94 anos de vida, chegando a levar anos na criação de uma, burilando um pouco num dia, descansando no outro, retornando depois de anos – é um bom tempo, dizia ele, é um bom tempo. É impressionante a garantia de qualidade que jorra de seu repertório. Cantou e contou a paisagem baiana como ninguém em seu jogo diferente de ritmos. Projetou-se com o sucesso “O que é que a baiana tem?”, fazendo de Carmen Miranda uma verdadeira baiana. Seu nome está definitivamente atrelado a canções como “Suíte dos pescadores”, “Rainha do mar”, “Dora”, “Eu vou pra Maracangalha”, “Menininha do Gantois”, “Marina”, “Samba da minha terra”, e por aí vai.

Caymmi foi o respeito pela vida, foi seu ritmo. A obra de Caymmi, que morreu em 2008 e era carioca por adoção e devoção, está para sempre em nossa lembrança. Bem como o seu lindo sorriso.

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