22.7.12

Para os bons e maus momentos



No último dia 20, comemoramos no Brasil o Dia do Amigo. A data é também celebrada no Uruguai e Argentina por iniciativa do médico argentino Enrique Ernesto Febbaro, que foi inspirado pela chegada do homem à Lua, em 20 de julho de 1969. À época, ele enviou cerca de quatro mil cartas para diversos países sublinhando o feito que “demonstra que se o homem se unir com seus semelhantes, não há objetivos impossíveis”.

A data fraternal e singela me fez recorrer aos arquivos em busca dos “amigos” em diversas canções. Há desde registros mais recentes como “Amigo” (Vanguart) e “Amigos Bons”, do pernambucano Junio Barreto, passando pelo rock obscuro de “Hey Amigo”, da banda setentista O Terço, chegando aos clássicos de Skowa e a Máfia em “Amigo do Amigo” e “Canção da América”, de Milton Nascimento, que não leva amigo no nome, mas sim “do lado esquerdo do peito”.

Mas a mais celebrada amizade da história da MPB, e que produziu inúmeros clássicos, foi a fonte de vida para o nascimento da canção-símbolo “Amigo” que festeja a união do rei Roberto Carlos e do tremendão Erasmo Carlos. E este encontro foi comemorado em muitos momentos. Em 1980, Erasmo bancou um projeto pioneiro de duetos com outros cantores em “Erasmo Carlos Convida”, interpretando somente canções compostas em parceria com o amigo Roberto.

“Sentado à Beira do Caminho” abre os trabalhos numa interpretação até então inédita com Roberto Carlos. Na sequência, Gal Costa em “Detalhes” e a roupagem samba soul de “Além do Horizonte” com o saudoso Tim Maia. Em seguida, Gilberto Gil, Rita Lee, A Cor do Som do “leãozinho” Dadi Carvalho, Bethânia, além de “Quero Que Vá Tudo pro Inferno” com Caetano Veloso, tema que, infelizmente, o rei Roberto se nega a cantar até hoje. Finalizando, um samba-jazz de primeira em “O Comilão” com Jorge Benjor, Nara Leão e a parceira dos tempos de Jovem Guarda, Wanderléia, até terminar com o beat lá em cima em “Se Você Pensa” no ritmo das Frenéticas, explosão de alegria da disco music brasileira.

O álbum despertou pouco interesse após o lançamento mas atualmente é considerado uma joia da nossa música e motivo de orgulho para Erasmo. Vinte e sete anos depois, novos encontros musicais em “Erasmo Convida Volume II” (2007), com participações de Adriana Calcanhotto, Lulu Santos, Marisa Monte, Skank e Los Hermanos. Com Chico Buarque, interpreta “Olha”, mais uma canção composta com o amigo Roberto Carlos e que foi tema da novella “Tropicália”, da Rede Globo. Vale a pena ver de novo – é só dar play no vídeo!

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