5.8.12
Let’s swing!
Dos meus tempos de criança, uma das melhores lembranças era o prazer que tinha de ligar a TV nas tardes de sábado e me esbaldar assistindo o Cassino do Chacrinha. Um programa vespertino recheado de bundas e piadas dúbias, boas e péssimas músicas, a crítica velada ao status quo da época e o escracho do Velho Guerreiro que não perdoava ninguém. Entre buzinas, “bacalhaus voadores” e abacaxis, Chacrinha soltava uma frase que reverbera imensamente até os dias de hoje: “nada se cria, tudo se copia”. Por mais polêmica que a frase possa despertar, seu significado ganha cada vez mais peso no mundo conectado.
Na música, o termo “cópia” já suscitou muita desconfiança, brigas judiciais como também enganos escandalosos. Mas se há algo que não dá pra negar é que tudo anda tão misturado que fica quase impossível descobrir onde começa a criação de um e onde termina a cópia do outro. O mashup que citei aqui outro dia é um dos “problemas” modernos do mercado fonográfico em transição.
Nessa onda, são gerados inúmeros gêneros e subgêneros musicais que por muitas vezes mais confundem do que ajudam no momento de catalogação. Porém existem alguns estilos que batem no ouvido e rapidamente é possível conectá-los com o tempo e espaço ainda que não o tenhamos vividos em carne e osso. O electro swing, por exemplo, te diz alguma coisa? Pois na era do vintage é cool o tal gênero está no seu melhor momento. E não é de hoje!
O termo swing vem do swing dance, uma espécie de árvore geneálogica do estilo Lindy Hop de dançar baseada na fusão do jazz, o tap e o Charleston, originária do Harlem, em Nova Iorque, entre os anos 20 e 30. Quase um século depois, o estilo renasceu vitaminado com o nervoso electro para os clubs e pistinhas mais quentes dos Estados Unidos e Europa. O novo termo é costumeiramente associado às criações do músico, DJ e produtor austríaco Marcus Füreder, mais conhecido como Parov Stelar. A partir de 2004, o cara deixou muita gente do meio eletrônico boquiaberto por conta de suas mixagens de beat house e disco com as preciosidades clássicas do swing que sacudiram muitos jovens nos bailes de outrora.
Mas deixo aqui um link com um dos meus prediletos no estilo. Os franceses do Caravan Palace chegaram à alquimia perfeita do jazz, house, gipsy e breakaway e andam fervendo na doce Paris. Allons danser!
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