12.10.12

Pra crianças de todas as idades



Costumo dizer que música é um poço sem fundo. Isto se conecta ao meu desespero em não dar conta de tanto conhecimento e informação sobre aquilo que não vivi musicalmente – relacionado aos clássicos musicais – e as belas novidades que aparecem a cada esquina, seja real ou cibernética.

O rapaz aqui, Michael Kiwanuka, é um ótimo exemplo. Há poucas semanas, o encontrei entre algumas pesquisas. Mas coitado, acabou dando lugar a outros trabalhos. Ficou bem guardado até uma audição mais cuidadosa e caiu como uma luva na minha procura musical que se aproximasse das crianças ao nosso redor, afinal este weekend é inteirinho delas. Mas isto não põe você, criança-adulta, de lado. Kiwanuka fala aos corações de todas as idades.

E 2012 parece ser um excelente ano pra ele. Em janeiro, lançou seu primeiro disco, “Home Again”, e de cara já foi ganhador do BBC’s Sound of 2012, premiação que reúne nomes influentes da indústria fonográfica e críticos para eleger as grandes promessas do mercado da música. Mika, 50 Cent e Adele – pra quem Kiwanuka abriu alguns shows na Europa – já foram alguns dos eleitos. Mas apesar de parecer fácil, Michael levou um certo tempo para encontrar o seu lugar nos palcos.

E a coisa pareceu tomar forma quando um amigo apresentou-lhe alguns álbuns do dinossauro Bob Dylan. Na sequência, as descobertas próprias de Bill Withers e Otis Redding, duas enormes influências para o seu estilo. Daí, algumas passagens por estúdios e bandas de soul e R&B empunhando seu instrumento, a guitarra, até que incentivado por amigos e também o músico e produtor Paul Butler, entrou no estúdio para gravar as composições que mantinha escondidas até então.

Resultado: um lindíssimo disco, muito bem arranjado entre cordas e detalhes percussivos e que toca fundo ao discorrer sobre temas como o amor, saudade e pertencimento. “Home Again” trouxe Michael Kiwanuka aos holofotes assim como belas composições encartadas em faixas como “I’ll Get Along”, “Tell Me a Tale”, “I’m Getting ready” e a balançante “Bones”. Ah, qualquer semelhança com Jack Johnson é mera coincidência!

Nenhum comentário: