18.11.12
Costumo ouvir minhas amigas solteiras lamuriando-se de que há poucos homens no “mercado”. Ou de que quando estão disponíveis nada querem com a hora do Brasil. Então que tal não somente um, mas dois homens elegantes, gentis e muitíssimo interessantes? Nada mal, a não ser o fato de que não moram aqui e, literalmente, são definidos assim pelo nome que os une como banda: The Two Man Gentlemen Band.
E os caras são mesmo o fino e carregam toda a beleza do ouvir, vestir e flanar em tempos modernos porém vintage até a raiz do cabelo. The Two Man Gentlemen Band são o retrô estético – vide os ternos bem cortados – e a sonoridade empoeirada que remonta há tempos não vividos mas que são carregados na alegria das canções bem humoradas e no ritmo pulsante e alucinante do jazz e do swing.
Os dois senhores em questão, Andy Bean empunhando seu violão elétrico de quatro cordas e Fuller Condon no baixo vertical, remontam à época do swing que alimentou Dave e Deke, Big Sandy e outros da revitalização da Costa Oeste americana. Andy e Fuller são influenciados pelo jazz e a country music mas repletos de um humor bon vivant extremamente necessário aos nossos tempos de pressões cotidianas de todos os lados.
Com seis discos na bagagem desde o início em 2005, The Two Man Gentlemen Band lançou mais uma bolacha este ano, “Two At A Time”, utilizando-se do moderno modelo de financiamento colaborativo através do site Kickstarter. Porém o moderno foi até aí. A partir deste ponto toda a produção do disco foi submergida nos segredos de estúdio com gravação analógica em fita utilizando-se de microfones e outros equipamentos dos anos 40 e 50. Até mesmo a capa do disco foi confeccionada de forma artesanal e lembra muito os lançamentos de jazz dos anos 30.
O resultado é um som vibrante apimentado pela harmonia depurada em anos de estrada, o que acaba trazendo para o disco, e com enorme fidelidade, o resultado de suas apresentações ao vivo. Energia e humor contidas nas faixas de “Panama City Beach” e “Prescription Drugs”. Mas há espaço para respirar e até dançar coladinho em “Poolside”, “Tikka Masala” e “The Gentlemen’s Blue Drag”, que fecha o disco como faixa bônus.
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