No exato momento em que pensava em escrever esta coluna, a banda paulistana com sotaque estrangeiro CSS fazia um desses shows-dentro-de-loja na incrível Rough Trade East, em Londres: o mais charmoso, elegante e importante endereço para comprar disco (entre outras coisas) no planeta. (Tá bom! A Other Music, em NYC, tem seu valor, mas…)
“La Liberación”, o terceiro álbum, que foi do streaming na íntegra no site da Bíblia musical “Spin” ao total vazamento em dois dias, foi lançado oficialmente no final de agosto no Reino Unido e nos EUA. Como não sei mais como funciona lançamento de disco no Brasil, então nem cito quando será por aqui.
A verdadeira “prova dos três” de sua explosiva carreira, o terceiro disco do CSS chegou levantando aquela dúvida básica: o álbum estaria mais próximo do frescor entusiasmante do primeiro disco ou do apedrejado segundo trabalho? A reação inicial está mista: mais para “CSS realmente não dá mais” do que “CSS recuperou a energia do primeiro disco”. Nem sei se é o caso de pensar assim, na verdade.
Ouvi o disco com carinho duas vezes e curti “La liberación”. É evoluído e inconsequente na medida certa, dentro do que se espera de uma banda que nem o CSS. Está cheio de piano no disco! Um disco do CSS, pasmem! A inspiração veio do camarada Diego dos Anjos, que é irmão da tecladista e guitarrista da banda, Ana Rezende, e criativo-nativo das 88 teclas. Mandaram bem com o álbum começando com uma mensagem fofa, “I Love You”, e terminando no quebra-quebra com “Fuck Everything”. Os dois lados de “La liberación” não param por aí. O disco consegue juntar duas músicas boas que soam, hmmm…, Pavement (“Ruby Eyes”) e Britney Spears (“City Girrl”), sem parecer um disparate.
Mas enfim.
Para não soar enviesado, vejam aí como foi a recepção do disco novo da banda brasileira pelo olhar estrangeiro, em especial o dos Lads, que fizeram a banda estourar em 2007:
- “New Musical Express” – Nota 5 (de 10). Lembra em 2006, quando o CSS veio, viu e dominou nossas festas? Bem, sorry galera, mas não estamos mais em 2006.
- “The Independent” – Nota 4 (de 5). Depois de uma relativa decepção com o disco de 2008, “Donkey”, este “La Liberación” entrega um serviço muito melhor na mistura do amadorismo débil da banda no estilo X-Ray Spex com sua estilosa personalidade.
- “Clash” – Nota 6 (de 10). Diz que o disco começa mal, mas vai “pegando” no entusiasmo, à medida que a banda vai injetando sua conhecida energia. Pode ser um disco irregular, mas não é o “Donkey”.
- “Observer/Guardian” – Nota 2 (de 5). O jornalzaço inglês fala que “La Liberación” é melhor em seus momentos calmos, tipo “Partners in Crime”, enquanto músicas revoltadinhas, tal como a que encerra o disco “Fuck Everything”, soam forçadas.
- “Q” – Nota 2 (de 10). Falta de imaginação.
Com o supramencionado show inaugural que rolou na Rough Trade, o CSS começou sua turnê de 2011 para valer. Serão 30 shows entre Europa e EUA. Como não sei mais como funciona lançamento de disco no Brasil, então nem cito quando será por aqui (de novo).
Um pouco do que rolou foi o seguinte.
A Pitada vai convidar o CSS para um showzinho de verão daqueles no Rio de Janeiro. O que vocês acham do show balançar o Circo Voador?!
22.10.11
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