19.5.12

Será?



Esta semana, o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá, ex-integrantes da Legião Urbana ao lado do já falecido cantor e compositor Renato Russo, anunciaram dois shows a serem realizados em São Paulo. E avisam: esta é a última vez que visitarão o repertório da banda que representou ideias e sentimentos de toda uma geração do rock brasileiro.

Imagino o quão difícil será respeitar esta decisão, por este motivo minha pergunta em referência a uma das grandes músicas da banda: será? Com certeza, somente o futuro dirá. Há anos boatos dão conta de uma nova reunião dos seminais integrantes da Legião a outros músicos em torno do clássico repertório construído nos seis primeiros discos de estúdio até 1993. A tarefa não será mesmo fácil. A começar pela negociação em torno dos direitos de uso do próprio nome da banda. A família de Renato Russo ainda não teria permitido o uso do nome “Legião Urbana” associado ao espetáculo que será realizado nos dias 29 e 30 de maio. Enquanto isso, os ensaios seguem a todo vapor com um novo intérprete, o ator e também cantor da banda “Sua Mãe”, Wagner Moura. Fã declarado das composições de Renato Russo e cia, Wagner já tinha cantarolado canções da Legião em dois dos seus últimos filmes: “Vips” e “O Homem do Futuro”. Daí a conexão que foi compartilhada com alegria por todos. Fato é que a escolha parece ser muito bem acertada. Wagner é conhecido, naturalmente, muito mais por seu desempenho como ator do que como cantor. Seus dotes de interpretação aliados ao tom grave da sua voz se encaixariam facilmente nas letras e arranjos clássicos da banda. Além disso, a paixão de alguém de fora do contexto do “mundo da música” pelas composições de Renato podem e devem trazer um calor de emoção a interpretação de Wagner à frente da Legião.

É tarefa de enorme responsabilidade. Lá se vão 30 anos de uma “Geração Coca-Cola” inteira assoviando canções clássicas como “Faroeste Cabloco”, “Há Tempos” e “Que País é Este?”. Renato, Dado e Bonfá deixaram um enorme legado musical. Algo talvez comparável somente ao papel de outro grupo que representa o inconsciente coletivo de uma geração um pouco mais nova: o Los Hermanos. A banda que tem a metade de vida da Legião Urbana promote arrastar uma legião de fãs para os quatro shows que acontecerão, esta semana, no Espaço da Fundição Progresso, na Lapa.

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