19.8.12
O centro da periferia
Na última quinta-feira, teve início o Festival Visões Periféricas 2012 com festa de abertura no Oi Futuro de Ipanema. Em sua sexta edição, o festival homenageia um dos maiores – senão o maior! – documentarista brasileiro, o cineasta Eduardo Coutinho. Além da importância de sua obra documental que teve como forte característica registrar o lado mais humano das periferias, com obras emblemáticas como “Cabra Marcado Para Morrer” (1984), realizado ainda durante a ditadura militar, “Santa Marta: duas semanas no morro” (1987), “Santo Forte” (1999) e “Babilônia 2000” (2001), Coutinho foi extremamente atuante na ONG Cecip (Centro de Criação de Imagem Popular), que também é homenageada do festival pelos seus 25 anos de contribuição à cidadania audiovisual.
Visões Periféricas atua como um canal de exibição da produção audiovisual de jovens realizadores egressos de oficinas e cursos espalhados por comunidades brasileiras. Além disso, promove a integração continental com realizadores de outros países como Venezuela, Chile, Colômbia e Argentina na mostra Ibero-Americana.
Mas não à toa, escrevo aqui, numa coluna de música, sobre um festival de produção audiovisual. É que, lá, serão exibidos três dos 16 webdocumentários que realizei para a data de comemoração dos dez anos de vida do site Viva Favela, um portal que absorve toda e qualquer produção de conteúdo jornalístico (texto, fotos e vídeos) de moradores de comunidades e favelas espalhadas pelo território nacional. Em 2011, na cia. do também jornalista e fotógrafo Felipe Varanda, a 2Palitos Multimídia, com patrocínio da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, registrou o talento nato e fora de série de diferentes personagens que, cada um à sua maneira, compõem, produzem e vivem do seu talento musical.
O projeto “Periferas Musicais” investigou e trouxe à tona a relevância da produção musical de diferentes artistas que vivem não somente à margem geográfica da cidade do Rio de Janeiro como também do mercado fonográfico formal brasileiro. Encontramos, com a ajuda de alunos selecionados para uma oficina de webdocumentário realizada na sede do Viva Rio, diferentes tipos e personalidades que fazem da música sua válvula de escapecriativa como também base de sustentação humana e profissional. E talento não falta a nenhum deles. Desde a comunidade de Antares, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, à favela da Maré, passando pela Rocinha, Belfort Roxo e Vilar dos Teles, esbarramos com personagens que utilizam-se da sua arte musical para propagar mensagens educativas, aprendizado professional ou, simplesmente, diversão encapsulada em excelentes composições.
O registro em vídeo de todos eles, encontra-se publicado no site do Viva Favela na seção que dá nome a série. Entre tantos, escolho aqui um dos grandes representantes da velha guarda do funk carioca, que carrega a alcunha de ser “a história do funk”: Mc Galo será exibido dentro do Festival Visões Periféricas, na próxima quinta-feira, 17h, na sede do Oi Futuro, em Ipanema.
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